segunda-feira, 18 de junho de 2012

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR COMO UM ATO AMOROSO


A pratica escolar denominada de avaliação da aprendizagem se constitui de provas e exames, que tem por finalidade verificar o nível de desempenho do aluno em determinado conteúdo, e classificá-lo em termos de aprovado e reprovado. Conteúdo aqui entendido como um conjunto de informações: habilidades motoras, cognitivas, convicções e criatividades. As provas/exames separam os aprovados dos não-aprovados. Essa pratica exclui uma parte dos alunos (os reprovados), e admite a outra parte (os aprovados).
Essa característica da prova/exame está comprometida com o modelo da pratica educativa e com o modelo de sociedade a qual serve. Essa pratica tem sua origem na escola moderna que se sistematizou a parti do século XVI e XVII, com a cristalização da sociedade burguesa. As pedagogias, jesuítica do século XVI, comeniana do século XVII e lassalista até o inicio do século XVIII, são expressões das experiências pedagógicas desses períodos e organizadoras do modo de agir com provas/exames. A pratica que vigora no sistema educacional de hoje é herdeira dessa época.
A sociedade burguesa é marcada pela exclusão e marginalização de grande parte de seus membros. A liberdade e a igualdade foram definidas no limite da lei burguesa. A denominada avaliação da aprendizagem é um termo inventado por TYLER, que o empregou na pratica educativa defendendo a idéia de que a avaliação poderia e deveria subsidiar um modo eficiente de fazer ensino. A pratica escolar de acompanhamento do processo de crescimento do educando persiste até hoje, de provas e exames.
Prova e exame implicam julgamento, com conseqüente exclusão. Avaliação pressupõe acolhimento, tendo em vista a transformação. As finalidades das provas/exames são compatíveis com a sociedade burguesa, a finalidade da avaliação a questiona, por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integridade do seu conceito.
O ato amoroso é um ato que acolhe atos, ações, alegrias e dores, como eles são, acolhe para permitir que cada coisa seja o que é. Por acolher a situação como ela é, o ato amoroso tem a característica de não julgar. Julgamentos aparecerão para dar curso á vida, á ação e não para excluí-la. O autor LUCKESI, define avaliação da aprendizagem como um ato amoroso por entendê-la como um ato acolhedor,integrativo e inclusivo. A avaliação tem por base acolher uma situação para ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança. A avaliação como um ato diagnóstico tem por objetivo a inclusão e não a seleção.
A avaliação da aprendizagem na escola tem dois objetivos:
1- auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal, a partir do processo de ensino-aprendizagem;
2-responder á sociedade pela qualidade do trabalho realizado.
No que se refere á função da avaliação da aprendizagem, é preciso estar atento á sua função ontológica constitutiva, que é de diagnostico. A avaliação cria a base para a tomada de decisão, que é o meio de encaminhar os atos subseqüentes, na esperança de uma maior satisfação nos resultados, e ligados a esta função básica estão:
a)A função de propiciar a autocompreensão do aluno e do professor;
b)A função de motiva o crescimento;
c)A função de aprofundamento da aprendizagem;
d)A função de auxiliar a aprendizagem.
Para cumprir tais funções é importante estar atento aos instrumentos utilizados na operação da avaliação:
1-Ter ciência de que se está solicitando ao aluno que manifeste sua intimidade, sua capacidade de raciocinar e de se expressar;
2-Construir os instrumentos de coleta de dados para avaliar com atenção aos seguintes pontos:
a)articular os instrumentos com os conteúdos planejados, ensinados e assimilado pelos alunos;
b) cobrir uma amostra significativa de todos os conteúdos ensinados e aprendidos de fato;
c) compatibilizar as habilidades do instrumento de avaliação com as habilidades desenvolvidas na pratica de ensino-aprendizagem;
d) compatibilizar os níveis de dificuldade do que esta sendo avaliado com os níveis de dificuldade do que foi ensinado e aprendido;
e) usar linguagem clara e compreensível para salientar o que se deseja solicitar;
f) construir instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos educandos.


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